sexta-feira, 9 de abril de 2010

Projetos com soluções para o trânsito e para a cidade


Resolver ou minimizar os pro-blemas de trânsito de Belém não é tarefa fácil. Buscar novas tecnologias de gestão, investimentos em novos equipamentos e em qualificação de trabalhadores são apenas alguns dos desafios da Prefeitura Municipal de Belém Companhia de Transportes de Belém (CTBel), segundo o ex-diretor geral da Companhia, Elton Braga, que deixou o cargo a pedido no último dia 31, para se dedicar a novos projetos. Ele ressalta que alguns passos já foram dados para esse avanço, como o projeto do novo Entroncamento, cujos recursos já estão sendo negociados em Brasília, com o go-verno federal.Além dos projetos futuros que podem trazer soluções radicais para o trânsito da capital, Braga afirma que depois de um ano e 1 mês à frente da diretoria geral da Companhia foi possível realizar algumas mudanças e trabalhar na preparação dos novos projetos. Entre as medidas já tomadas para facilitar a vida do usuário, foi feita a renovação de mais de 50% da frota dos ônibus coletivos que circulam na capital, e grande parte deles com equipamentos de acessibilidade, e a ampliação das ciclovias, como na Avenida Pedro Álvares Cabral (5 km) e na Avenida Marquês de Herval (2,5 km).Para implantação futura estão o projeto do binário das travessas Mauriti e Mariz e Barros, que vai criar uma ligação mais rápida das zonas leste e oeste da cidade. Outro projeto importante é a Avenida Metrópole, para ligar a estrada da Ceasa até Ananindeua, na altura de Águas Lindas, o que vai significar uma nova entrada e saída para Belém, projeto que poderá ser expandido até a Alça Viária, em Marituba.Outros projetos importantes e que vão influenciar de forma particular o turismo na capital paraense é o da Orla do Rio Guamá e a construção de duas pontes ligando Belém à ilha de Mosqueiro, através da ilha de Caratateua (Outeiro). Braga, ressalta que alguns projetos são obras reestruturantes de maior porte, desenvolvidos pela CTBel em parceria com outros órgãos da administração municipal.No entanto, são projetos essenciais para mudar a realidade do tráfego na capital,com reflexos na Região Metropolitana de Belém. “É importante reconhecer que os problemas são grandes e muitos deles históricos, como a falta de planejamento e, principalmente, a falta de ampliação de vias de escoamento de tráfego durante sucessivos governos municipais, mas temos certeza de que em muito avançamos nesse período, enfrentando os desafios de participar da gestão do órgão cujo trabalho é fundamental para a sociedade”, ressalta Elton Braga.

Feirantes esbanjam vigor nos I Jogos


Para celebrar os 383 anos, a Prefeitura Municipal de Belém organizou um divertido e inusitado evento: os Jogos do Ver-o-Peso. Cerca de 200 atletas – os feirantes – competiram em modalidades que retratam o seu dia-a-dia: escamar e limpar peixe, descascar mandioca, despolpar cupuaçu, pescar, coletar e transportar açaí, descascar castanha-do-pará e até preparar o melhor prato com ingredientes regionais.Divididos em seis equipes – Cupuaçu, Pupunha, Manga, Bacuri, Castanha-do-Pará e Açaí – os participantes esbanjaram animação e espírito esportivo. A cozinheira Célia, da equipe Bacuri, adorou competir na prova da comida, na qual preparou peixe frito e frango ao tucupi. “Trabalho aqui desde 1986 e nunca vi algo assim. É muito bom poder participar desta brincadeira. Quebra um pouco a rotina do trabalho”, destacou a feirante.Muita gente foi acompanhar de perto as provas. Seu Raimundo Maria é carpinteiro e confessa ter uma relação forte com a feira. “Sou ribeirinho, nascido na Ilha das Onças. Desde pequeno vivia andando por aqui, minha história se mistura com a da feira”, revela.Depois de quase seis horas de provas, foram conhecidos os grandes vencedores. Na prova de escamar e limpar o peixe o primeiro lugar ficou com a equipe “Castanha-do-Pará”, que também que conquistou o primeiro lugar na pescaria.Na competição para testar a habilidade em descascar castanha, a vencedora foi a equipe Cupuaçu. Já os integrantes da equipe “Açaí” foram os melhores na prova de retirar a polpa do cupuaçu. O melhor prato regional foi o da equipe “Manga”, que preparou um frango no tucupi especial, e ainda faturou o prêmio de melhor revezamento de colheita e transporte do açaí. Os três primeiros colocados de cada modalidade receberam premiação em dinheiro, o que foi possível pela parceria com o poder privado.De acordo com o titular da Secretaria Municipal de Juventude, Esporte e Lazer, Saulo Costa, o evento trouxe a proposta de valorizar o dia-a-dia dos feirantes que atuam na maior feira livre da América Latina. “Os nossos atletas, que são os trabalhadores, deram todo o apoio pra que evento acontecesse, gostaram muito da ideia. Além disso, os Jogos dão destaque para a cultura regional, representada nas frutas, na pescaria, nas comidas, etc.”, enfatizou o secretário.A festa em comemoração pelo aniversário do Ver-o-Peso entrou pela noite com a animação da aparelhagem do Superpop, que atraiu um grande público à Praça do Relógio, outra referência histórica no complexo.

História mistura passado, presente e futuro da cidade


Do complexo do Ver-o-Peso fazem parte uma série de construções históricas, dentre elas o Mercado de Ferro, a Praça do Relógio e o Solar da Beira. A sua arquitetura combina estilos neoclássicos com peças de ferro e gradil importados da Europa, o que é visível no mercado de carne, conhecido como o Mercado de Ferro. As origens do Ver-o-Peso datam da segunda metade do século XVII, quando os portugueses resolveram estabelecer um rígido controle alfandegário na Amazônia, e criaram um posto de fiscalização e tributos - a casa do Haver-o-Peso.Uma balança e um funcionário público mediavam as transações comerciais da época. Nas proximidades dessa casa, hoje atracam barcos, lanchas e outras embarcações, formando uma das mais típicas paisagens do centro histórico e comercial de Belém. No passado havia ali uma aldeia dos Tupinambás, que se servia do igarapé do Piri, uma espécie de ancoradouro natural das ubás, as canoas indígenas.Com o tempo, o lugar da antiga aldeia cresceu em volta do Forte do Castelo, o marco da fundação de Belém. Com esse crescimento, surgiram colégios e igrejas dos Jesuítas, as primeiras construções da cidade. Hoje, a feira onde se vende e compra de tudo permanece sendo o mais famoso e representativo ponto turístico de Belém, em uma mistura cultural de passado, presente e futuro.

Feira do Ver-o-Peso completa 383 anos de história


Diversidade de cores, formas e cheiros, que exalam a cultura cabocla e amazônida. Burburinho constante. Gritos, cantoria e brincadeiras em meio a muito trabalho. Às 4 horas, quando a cidade ainda dorme, ele já está acordado, vivo, alvoroçado. Assim é o Ver-o-Peso, o cartão postal mais famoso de Belém, que comemorou 383 anos no último dia 27 de março. Muito mais que uma feira livre – a maior da América Latina - o Ver-o-Peso é um grande complexo, e a beleza deste conjunto fez com que o Ver-o-Peso conquistasse o título de uma das 10 maravilhas do Brasil, conferido por uma revista de circulação nacional.Pelos corredores, mercados e barracas, difícil é encontrar alguém que não se orgulhe de trabalhar no Ver-o-Peso. Dona Lúcia Evangelista, vendedora de Tucupi, conta que nunca conseguiu deixar o lugar. “Bendizer fui criada aqui. Casei, deixei de vir, mas depois voltei. Me orgulho de ter construído a minha vida aqui e de ter ajudado a construir a história do Ver-o-Peso”, conta a feirante.Muitos dos trabalhadores que atuam no Ver-o-Peso estão seguindo os passos de gerações anteriores, como dona Miraci Alexandre, erveira que já está há 30 anos no local. Tudo começou quando a mãe dela, Dona Isabel, resolveu deixar de vender verduras na Pedreira para tentar a sorte como erveira do Ver-o-Peso. E deu certo. A veterana Isabel continua firme no ofício, e a filha segue os passos da mãe. “Tenho muito orgulho da nossa história, de trabalhar aqui. No Ver-o-Peso tem muita gente trabalhadora, humilde, que às vezes vem todo dia só com o dinheiro da passagem”, relata a feirante, que destaca também o companheirismo que exis­te entre os colegas.Para dona Miraci, o reconhecimento que o mercado conquistou é uma grande vitória. “Quando vem gente importante, famosa, a gente não precisa ir correndo pedir autógrafo. Eles mesmos fazem questão de vir até nós, falar com a gente”, diverte-se a feirante.E, para bons paraenses, não poderia faltar a boa e ardida pimenta. Nesse quesito, seu Raimundo, o “Chora, rei da pimenta”, é referência entre os colegas. Segundo ele, suas pimentas são muito procuradas pelos belenenses e até pelos turistas. “Eu adoro o Ver-o-Peso, é a melhor feira de Belém, definitivamente”, diz, orgulhoso.

Quanto menos madeira na obra, melhor para o meio ambiente


A madeira é um recurso natural largamente utilizado na área da construção civil. Geralmente, é usada na confecção de estruturas de concreto e descartada ao final da obra. Surgiram, então, os pré-moldados, alternativa que utiliza menos madeira, mas possui restrições, como o elevado custo de transporte.No entanto, os pesquisadores apresentaram um estudo de viabilidade técnica e econômica de um sistema derivado dos pré-moldados, o sistema pré-formado. Este novo sistema pode ser transportado e montado na obra, apresentando menor custo, o que pode popularizar as técnicas de pré-mol-dagem no país.Os resultados mostraram a viabilidade técnica e econômica do sistema estrutural pré-formado. “O modelo pré-formado utiliza muito menos madeira, evitando assim a extração excessiva deste recurso natural. Várias obras já estão sendo feitas a partir deste modelo, inclusive no interior do Pará”, revela o professor Dênio.Ainda em relação à madeira um dado é preocupante: todos os anos, 58,5% da madeira retirada das florestas do Pará vai parar no lixo. Estima-se que o Estado consuma, anualmente, 11 milhões de metros cúbicos desse material, mas o rendimento médio do processamento de uma tora é de, apenas, 41,5%. Isso significa que, a cada árvore derrubada, metade de seu peso se converte em tábuas, chapas e madeira serrada. Já a outra metade, composta por cascas, galhos, serragens e pedaços disformes de madeira, é jogada fora quando poderia ser aproveitada.
Soluções de preservaçãoDe acordo com o professor Ramam, a Universidade, como centro de pesquisa, tem um papel estratégico de propor soluções para as demandas da sociedade, como um todo. “Nós temos nos dedicado muito a pensar a construção civil associada à questão ambiental. Infelizmente, ainda não temos muito incentivo do governo e pouca vontade por parte das empresas em adotar estas soluções”, ressalta.Ele diz ainda que, com o tempo, haverá menor necessidade de se extrair recursos naturais para a construção civil. “Será possível derrubar menos árvores graças ao desenvolvimento de pesquisas que criem e aperfeiçoem novos materiais”, acredita o professor.

Construção civil sustentável é tema de pesquisas na UFPA


Em tempos em que a susten-tabilidade é uma preocupação em nível global, ganham força pesquisas científicas voltadas para o uso racional dos recursos naturais. No campo da Engenharia, não é diferente, já que muitos materiais usados na construção civil vêm do meio ambiente, o que motivou a Faculdade de Engenharia Civil da Universidade Federal do Pará (UFPA), por meio do Grupo de Análise Experimental de Estruturas e Materiais (Gaema) a desenvolver vários projetos para evitar a degradação do meio ambiente.Entre as saídas estudadas pelo grupo estão a redução do uso de madeira em construções, e reaproveitamento dos resíduos prejudiciais à natureza. O grupo é coordenador pelos professores Dênio Ramam e Alcebíades Macedo.Segundo o professor Ramam, um exemplo de possível reaproveitamento de resíduos é o metacaulim, obtido a partir da produção de papel e, em grandes volumes, causa prejuízos ao ambiente, ocupando áreas antes arborizadas e tornando-as inférteis. No entanto, pesquisas comprovaram que ele pode ser reaproveitado na produção do cimento, tornando-o, inclusive, mais resistente.Outro grave problema ambiental que pode ser solucionado é o descarte de lama vermelha na natureza. Este resíduo tóxico é obtido na produção de alumina, realizada nas grandes mineradoras. Apesar de ter um caráter negativo, a lama vermelha pode ser usada de forma positiva, na fabricação de telhas, tijolos e até mesmo do concreto.Para o professor Dênio, é importante também reaproveitar estruturas antigas, evitando a demolição total de prédios, etc. “Quando uma construção é demolida, é preciso começar todo o processo do zero, e isso demanda a extração de mais recursos naturais”, explica.

Dia D para vacinar faixa de 20 a 29 anos contra gripe A


No próximo dia 5 um novo grupo da população começa a ser imunizado contra a Gripe A (H1N1). Por ser o maior grupo, o período de vacinação vai de 5 a 23 de abril, mas o Ministério da Saúde (MS) já determinou uma campanha de “Dia D” para o dia 10 de abril, ou seja, um dia de chamamento dessa população, que em Belém será coordenado pela Secretaria Municipal de Saúde (Sesma).Em Belém serão disponibilizadas 190 mil doses da vacina contra gripe A. A Sesma vai disponibilizar a vacina em 450 postos, sendo 380 fixos e 70 volantes.É importante lembrar que as mu­lheres grávidas continuam a ser vacinadas até o dia 21 de maio, data final da campanha geral.Além das gestantes, que terão a vacina durante toda a campa­nha, o calendário ainda terá mais dois grupos prioritários. Entre os dias 24 de abril a 7 de maio será vacinada a população com mais de 60 anos, contra a influenza sazonal, como ocorre todos os anos, e também contra a Gripe A. O outro grupo é o da população de 30 a 39 anos, que será vacinada entre 10 e 21 de maio.O secretário municipal de saúde, Sérgio Pimentel, ressalta que somente serão vacinados as pessoas que se encontram no grupo prioritário de vacinação definido pelo Ministério da Saúde. “No Brasil, assim como em outros países, não foi possível adquirir a vacina para toda a população, então o Ministério da Saúde fez um estudo médico e técnico dos grupos que deveriam ser vacinados prioritariamente, e nós temos que obedecer esse cronograma”, informa Pimentel.Carlene Castro, diretora do Departamento de Vigilância à Saúde (Devs) da Sesma, reforça que somente o grupo das gestantes será vacinado durante toda a campanha. “Essa medida foi tomada porque as gestantes são consi­deradas um grupo de muito risco em contrair a doença”, explica.
Pará já registrou 23 óbitosAté semana passada 23 óbitos por gripe A já haviam sido re-gistrados no Pará, o que deixou o Estado no topo da lista dos que mais registram casos da doença este ano. Em todo o Brasil já foram registrados aproximadamente 900 mortes pela doença desde o ano passado.